Tardes loucas de uma mulher casada

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Às vezes uma mulher não resiste ao proibido.
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Olá, o meu nome é Dulce, tenho 36 anos e sou portuguesa.

Dei aulas de português durante doze anos, mas agora estou desempregada, tal como milhares de portugueses.

Desempregada! No dia que os resultados do concurso saíram, em agosto, e vi que não ficara colocada, fiquei para morrer; como iríamos dar a volta só com o vencimento do meu marido?

Nos dois meses seguintes, comecei à procura de trabalho nos classificados dos jornais, em sites online e em tudo quanto era empresa da minha região; e nada!

Uma amiga minha, editora freelancer, que mora em Lisboa, então propôs-me que viesse trabalhar com ela. Conhecemo-nos na faculdade, quando tirámos o curso, e ficámos as melhores amigas.

Ela, que começara a fazer aquilo como um part-time, mas desde que revira e editara a autobiografia dum jogador de futebol reformado, que mal sabia ler e fez dela um livro bastante agradável que teve um sucesso surpreendente de vendas, a editora passou a dar-lhe outros trabalhos. Só que a fama espalha-se e como ela nunca foi de deixara escapar oportunidades, aceitava outros textos de novos autores para rever. Por uma quantia mais ou menos significativa conforme o trabalho que fosse necessário, pegava no texto "cru", analisava-o e depois dava-lhe a volta.

E já não conseguia dar conta do recado, por isso aqui estava eu. O primeiro que ela me passou foi muito fácil, era um livro que três irmãos escreveram para homenagear as bodas de ouro dos pais. Foi um teste. Ela confiava em mim, porque me conhecia e sabia que eu partilhava das suas visões e o resultado final era bastante similar ao que ela fazia. Ela gostou, os clientes adoraram e dos duzentos e cinquenta euros que ela cobrava, cinquenta foram para ela e o restante para mim.

Maravilha! Trabalhava a partir de casa, fazia o que gostava e ainda era paga. Muito bem paga por sinal!

A coisa foi correndo bem e no primeiro mês consegui ganhar mais do que ganhava no meu emprego. E então ela propôs-me um trabalho maior: um romance!

Aceitei o trabalho e recebi o original. Era a história real de Rosa, uma mulher que se redescobriu numa viagem interior pelo que mais a aquecia na cama.

Ela tinha-se apaixonado à primeira vista por um homem misterioso que vira uma só vez. Não lhe sabia sequer o nome, mas a partir desse dia nunca mais o conseguiu tirar da cabeça.

Ela percebeu que era um homem como ele que a fazia chegar aos píncaros do prazer, e não o banana do marido; separou-se e passou a, masturbando-se, viver as mais tórridas noites de prazer imaginando e relatando as mais fantásticas fantasias que eu alguma vez tinha tido conhecimento.

Conforme eu ia lendo, e me imaginava no seu lugar, foi ficando terrivelmente excitada. Vantagem de trabalhar em casa, estava com uma t-shirt velha do meu marido, comprida que em mim parece um vestido, e cuequinhas.

Eu sempre gostei de ler literatura erótica, mas nunca lera nada assim num romance. Era o mesmo erotismo forte de alguns, infelizmente poucos, contos eróticos que só se encontram online em sites especializados.

Fiquei em fogo! Não conseguia evitar, enquanto lia, sentir o mesmo que ela sentia enquanto fantasiava com aquele desconhecido, que como em toda a fantasia, era o mais perfeito Deus do sexo.

Já com a calcinha ensopada da minha excitação, não consegui evitar: puxei-a para baixo, até meio das minha coxas, e lentamente a princípio, comecei a tocar-me levemente enquanto, de olhos pegados no monitor sentia cada toque como o que lia que lha acontecia a ela na sua história. Vim-me rapidamente e pensava que, uma vez resolvido o assunto, podia voltar ao trabalho. Erro meu!

Aquele rápido e intenso orgasmo, em vez de me acalmar, ainda me incendiou mais!

Durante o resto do dia, por mais que me tentasse concentrar no que tinha a fazer, não consegui! Era simplesmente forte demais. Parecia que aquela mulher escrevera o livro dentro da minha cabeça, e cada situação que ela relatava era uma fantasia minha que eu desconhecia. Um dos personagens do romance era uma mulher que se vira envolvida pelo marido numa relação de cuckolding e a partir daí fiquei completamente descontrolada.

Fechava os olhos e via-me debaixo dum outro homem enquanto olhava nos olhos do meu marido, que deslumbrado via cada contração dos músculos do meu amante quando este se contorcia entre as minhas pernas abertas para o receber, quando ele se enterrava todo em mim. Sentia-me assada, dorida de tanto me esfregar, e nada me satisfazia. Fui ao quarto e da prateleira de cima do roupeiro, retirei a mala dos brinquedos que há muito não era desarrumada. Abri-a sobre a cama e salivei quando vi todos aqueles caralhos ali disponíveis, prontos e todos para mim.

Lembrei-me como o meu marido ficava alucinado quando os usava em mim. O seu preferido era um bem gordo, deliciosamente macio ao toque e comprido o suficiente para incomodar quando ele mo enfiava até ao saco se encostar nas bordas do meu rabo. Nem pensei duas vezes: seria esse mesmo o meu escolhido para a que foi a mais fantástica tarde de metição que eu alguma vez imaginei.

A ideia de outro homem a comer-me repetida e continuamente por horas e horas a fio, sem parar de se esporrar como um cavalo dentro de mim, deixava-me tresloucada, e eu imaginava a cara do meu maridinho, de boca seca e olhos bem abertos a ver tudo aquilo enquanto se fosse tocando e me desse o seu pinto à boca para me deixar saborear o seu leite morno de cada vez que se viesse, louco pela tesão de ver a sua mulherzinha a ser assim surrada sem parar por outro homem.

De cada vez que, de olhos fechados, via os seus olhos sentia-me iniciar nova espiral a pique que me levava à lua e para lá dela. Acabei por adormecer exausta.

Acordei com o chamado do meu marido quando entrou em casa. Peguei no dildo e enfiei-o debaixo da almofada mesmo a tempo de ele não o ver. Por sorte tinha deixado a mala do outro lado da cama. Ele ficou preocupado comigo, e eu não lhe consegui dizer o que se passara. Disse que tivera uma ligeira dor de cabeça mas que agora já passara.

Senti-me mal, por não lhe confessar. Mas era algo tão proibido, tão fora da nossa relação de amor sincero, que tive receio que ele pudesse entender mal e ficasse magoado comigo.

Mas ao mesmo tempo queria viver aquilo. Queria partilhar aquilo com ele. Agora percebia o que o levara, uns anos antes a comprar todos aqueles pintos falsos mas todos eles bem realistas, e a querer que eu os usasse para ter prazer e dar-lhe a ele o prazer de ver.

Teria que pensar bem em tudo aquilo, mas teria que meditar na melhor abordagem para aquilo que, tinha a certeza, seriam momentos de inesquecível prazer para nós dois.

***

Quando nos deitámos, e por mais que o meu marido me dissesse que estava cansado, eu simplesmente não quis saber.

"Amorzinho, eu quero-te!"

"Mas o que te deu hoje?"

"Nada. Estou excitada, deve ser por causa do texto que estou a analisar... toca-me e sente como eu estou!"

Quando ele me sentiu alagada nos meus fluídos espessos e viscosos, da minha tarde de suruba solitária, ficou doido. Quis ver mais de perto o que sentiu com os dedos. Desceu por dentro da cama, e eu -- sabendo aonde ele ia, facilitei -- abrindo bem as pernas. Quando ele me aproximou a cara da minha gruta, acomodou-se melhor como se me dissesse que não tinha intenção de ir a lado nenhum nos tempos mais próximos.

Primeiro cheirou-me, inspirando fundo o meu aroma de fêmea no cio. E eu imaginava como a mulher do texto que eu estava a trabalhar não se devia sentir ao dar a sua intimidade sagrada pelos votos conjugais, completamente arrombada e a vazar por fora de esporra farta e espessa do homem com que tinha passado a tarde num hotel de segunda categoria.

"Dulce?!"

"Sim amor?"

"Que se passa contigo? Que andaste a fazer esta tarde?"

"Porque perguntas?"

"Porque estás toda alargada e vermelha... como se tivesses passado a tarde inteira a foder..."

A voz dele tremeu-lhe quando o disse, mas ter tocado com a ponta da língua ao de leve no meu botãozinho completamente eriçado, assegurou-me de que não estava zangado. Arrisquei e desafiei-o.

"É mesmo amorzinho? E se tivesse? Se eu te dissesse que sim, que estive a tarde toda a transar, ficarias zangado?"

Aí fiquei realmente assustada. Ele parou e ficou a olhar para mim, tentando perceber o que se estava a passar. Puxei-o para mim, e os seus olhos deitavam fogo; mas o lume que lhe atiçava o seu mastro era ainda mais forte. Tentou evitar que eu lho sentisse, mas não conseguiu. Envolvi-o entre as minhas coxas e acomodei-me debaixo dele de modo a deixá-lo bem apontado à minha gruta dos prazeres que estava mais que pronta a recebê-lo. Quando assim o senti, empurrei-me contra o seu corpo e empalei-me toda até que só o seu saco ficou de fora, esparramado contra o meu ânus.

Ele fodeu-me com raiva. Veio com tudo o que tinha para dar. Pela sua cara parecia que estava rachar um tronco, enquanto me tentava rachar ao meio. Tentou a todo o custo tirar-me a cara de prazer sem limites que eu tinha por estar a ser assim tão bem metida. Ferrou-me os dentes no pescoço e fez-me vir com um berro que se deve ter ouvido ao fundo da rua. Aposto que todos os vizinhos ouviram.

Mas eu queria mais. Queria que ele se viesse com todo aquele tesão, como nunca lhe tinha sentido. Após ter-me vindo, fiquei ainda mais excitada. E aticei-o.

"Ai amor, assim matas-me de prazer. Todo esse tesão é porquê?" como ele não respondeu, continuei. "É por aquilo que te disse? É pela ideia de que eu possa ter estado com outro? Outro homem que passou a tarde a comer-me? À tua mulherzinha? É?"

Se não tinha respondido, aí é que não podia ter respondido mesmo; com uma última estocada que o levou mais fundo no meu corpo onde nunca fora antes, enterrou-se todo e parou: veio-se numa, e noutra, e noutra e ainda numa outra contração daquela que foi de longe a mais violenta ejaculação desde que estávamos juntos. Deve ter-se vindo meio litro de esporra dentro de mim.

Quando acalmou, tentou sair de mim, mas não deixei. Sussurrei-lhe ao ouvido:

"Eu amo-te. Nunca estaria com outro homem, e tu sabe-lo bem."

"Eu também te amo..."

"Meu Deus! Tu ficaste louco, foi por aquilo que eu te disse?"

"N..não, não sei... talvez. Foi forte! Imaginar outro homem contigo magoou-me. Foi como um ferro em brasa dentro da minha mente."

"Mas deixou-te assim como te deixou..."

"Mas onde foste buscar essa ideia?"

"É do texto que eu estou a trabalhar. Lê-lo deixou-me assim."

Contei-lhe por alto a história e ele ficou curioso. Perguntou-me se eu estava assim tão alargada só da excitação e a aflição tirou-me o ar do peito; eu tinha que lhe contar.

"Não. Eu estava tão excitada que me masturbei; mas ainda foi pior. Eu precisava, precisava demais de me sentir bem comida, e fui buscar a nossa mala. Eu não estava em mim, de tão excitada que aquela história me deixou."

"A mala? Mas tu nunca achaste grande graça aos brinquedos..."

"Nunca. E nunca pensei vir a fazê-lo. Mas como a R diz no seu livro, nunca se deve dizer nunca..."

"E como foi? Qual usaste?"

"O grande... aquele que me deixava desconfortável, mas que hoje, como eu estava foi o melhor que tu podias ter comprado para mim."

Aí ele já estava pronto para me devastar novamente. Veio para cima de mim, e preparava-se para me penetrar quando eu o fiz parar. Pedi-lhe para me dar prazer com a boca; eu queria sentir a sua língua na minha vagina a transbordar de esporra. Ele engoliu em seco, mas mostrou-me como um homem faz o que um homem tem que fazer. Desceu por mim e recomeçou o que tinha deixado a meio antes de me ter arruinado as bordas da minha xavasca minutos antes.

Minha Nossa Senhora Dos Céus e dos Altares!

A sua fome assegurou-me de que aquilo era uma fantasia sua também. Não mo disse, mas também não precisou. Eu conhecia-o bem demais para saber que aquele caminho nos levaria por viagens intermináveis de prazer e tesão. Fez-me vir um sem número de vezes antes de, por fim, se ter arrastado para onde estava quando lhe pedi aquela incursão a sul: entre as minha pernas, e onde se enterrou -- louco pela sensação que eu lhe proporcionei de tão aberta e esporrada que estava.

A sua boca, lábios e cara estavam recobertas dos nossos sumos de prazer, e ele partilhou-os comigo. Viemo-nos os dois ao mesmo tempo, e ficámos a olhar um para o outro; a ver o quanto aquilo nos tinha aproximado -- ainda mais do que sempre fomos -- e dado a certeza de que o nosso amor é à prova de tudo!

(continua)

***

No dia seguinte, pela primeira vez em muito tempo, acordei depois da hora. Foi um acordar lento, sentia-me dorida, mas a cada vez que me contraía e sentia toada a esporra com que o meu marido me tinha enchido na noite anterior, sentia um prazer indescritível.

Estava deitada de barriga para baixo, e deslizei uma mão entre mim e a cama até que me senti. Não admirava que me sentisse dorida, senti-me toda escachada, inchada de tanto ter dado nas últimas vinte e quatro horas. Estava toda encharcada e lembrei-me do que a língua do meu marido me tinha feito sentir.

Piorou!

Toquei-me com os meus dedos imaginando que era ele. Novamente, imagens do que imaginara ao ler o texto da R me assaltaram brutalmente. Eu estava a ficar doida. Eu queria aquilo, aquele sabor proibido, e queria muito!

Não aguentei mais e estiquei-me até à mesinha de cabeceira. Tinha lá enfiado o dildo na noite anterior e de olhos fechados, senti-o na minha mão. Nem de perto o conseguia abraçar com os dedos. Imaginei como o meu marido me teria sentido inevitavelmente alargada depois duma tarde inteira com aquele bacamarte enterrado até aos tomates que lhe serviam de base. Trouxe-o até à boca e lambi-o. Ainda sabia a mim, aquele sabor inconfundível a cona, e fez-me suspirar de desejo.

Sempre sem abrir os olhos, coloquei uma almofada debaixo de mim ficando com o rabo bem espetado no ar. Queria senti-lo assim a escorregar lentamente entre os meus lábios gulosos. Aproveitado o néctar de macho que ainda tinha dentro de mim, que eu sentira ser injetado direto dos colhões do meu maridinho, apontei-o e fi-lo entrar em mim até que a cabeçorra me fez suspirar quando me empurrou o cérvix, e forcei-o ainda mais um pouco: eu queria sentir o contacto dos tomates pesados da base a assegurar-me que o tinha todo metido, quando me tocaram nas bordas bem esticadas à volta daquele quilo e meio de prazer carnal -- ainda que fosse a fingir!

Assim como estava, de rabo espetado no ar, imaginei o desvario de qualquer homem à face da terra, se me apanhasse. Experimentei larga-lo e a gravidade encarregou-se de o manter bem plantado sem sair. Nesta altura, a minha mão esquerda apalpava-me a mama esquerda e beliscava-me o mamilo com força. A outra, cheia dos líquidos que me deixavam assim molhada, trouxe-a à boca e esfreguei-a nos lábios. Enfiei primeiro um e depois dois, três dedos na boca e chupei-os como se fosse um outro caralho. Arrepiei-me de tesão imaginando que fosse o do meu marido doido de tesão por ver outro homem agarrado aos meus quadris, a mandar ver como se deve foder uma mulher doida por levar com ele como eu estava. vim-me como uma puta alucinada e valeu-me a almofada para me abafar os gemidos roucos que aquele homem imaginário e afortunado me provocaria. Estava exausta novamente quando me deixei ficar com o brinquedo enterrado até às bolas, e adormeci novamente, com a certeza de que estava efetivamente a ficar doida com aquele livro.

***

Sempre sem abrir os olhos, coloquei uma almofada debaixo de mim, que me deixou com o rabo bem espetado no ar. Queria senti-lo assim a escorregar lentamente entre os meus lábios gulosos. Aproveitado o néctar de macho que ainda tinha dentro de mim, que eu sentira ser injetado direto dos colhões do meu maridinho, apontei-o e fi-lo entrar em mim até que a cabeçorra me fez suspirar quando me empurrou o cérvix, e forcei-o ainda mais um pouco: eu queria sentir o contacto pesado dos tomates da base a abafar-me o clitóris.

Nada como essa sensação para me assegurar que o tinha deliciosamente metido! Quando lhes senti o toque nas bordas da minha vagina, bem esticadas à volta daquele quilo e meio de prazer carnal -- ainda que fosse a fingir -- deixei-me ficar o mais imóvel que a minha respiração descompassada me permitia!

Estava em comunhão com A entidade suprema; Aquele a Quem normalmente chamam de Deus. Estava finalmente em Zen. Podia continuar mas acredito que já me terão entendido. Percebi então o êxtase visível na cara das mulheres que se entregam ao fisting; ao prazer simplesmente tão intenso da extrema dilatação.

Se melhor não soubesse da espantosa elasticidade e capacidade de recuperação duma vagina, e teria certa a minha permanente e irreversível destruição como mulher para que homem fosse que de futuro me penetrasse. Mas a ideia, só por si, era arrasadora.

Tive receio, não do que podia acontecer, mas por me conhecer demasiadamente bem para ter a certeza de que o experimentaria: tocar-me lenta e saborosamente no clitóris e nos lábios a toda a volta daquele cavalar objeto de delírio que a gravidade me ajudava a engolir até mais não poder entrar.

Foi um orgasmo diferente. Quando digo diferente é porque foi incomparável com qualquer outro que em mais de vinte anos de sexo a solo ou acompanhada alguma vez experimentara. Comecei a senti-lo formar-se nos confins da minha mente pelo proibido do que estava a fazer, pelo risco de me lesionar, pela dor para lá do subtil, que implacável, tanto me empurrou para o abismo. Foi com uma série de beliscões ora num ora noutro mamilo, magistralmente sincronizados com os leves mas insistentes toques no meu clitóris obscenamente ereto que me deixei cair numa sucessão de orgasmos que me devastaram o corpo completamente deixando-me num farrapo.

No meio do turbilhão, naquele transe em que mergulhei e parecia eternamente aprisionada, visões da cena dos cavalos que a Rosa descrevera: de alguma forma senti-me como aquela égua bestialmente montada pelo garanhão que com o seu membro do comprimento, e grossura, do braço dum homem a emprenhara.

A falta da voluptuosa sensação de peso, que teria tornado aquele perfeito momento sublime, foi a última coisa de que me lembro antes de me ter apagado.

Voltei a mim minutos depois, com a perda de sentidos o dildo escorregara para fora e sentia-o encostado ao meu rabo. Mexi-me lentamente e rebolei, ficando de lado. Não me conseguia decidir se seria melhor enrolar-me em posição fetal, se com as pernas esticadas.

De cada vez que tentava mexer um músculo, toda eu tremia, e lá consegui encontrar uma posição meio-termo entre uma e outra que me permitiu recuperar daquele inesquecível orgasmo.

E era oficial. Nunca o reconheceria a mais ninguém, mas estava efetivamente doida. Tinha ensandecido, e não havia volta a dar.

Aquele Ribatejo Ardente era a mais potente das drogas para os mais exigentes viciados em erotismo.

E eu estava a ficar dependente! Dependente não, que é coisa de gente fina; eu estava mesmo era a ficar agarrada!

***

Com a libido apaziguada e as carnes doridas, a razão pôde enfim sobressair e deixar o bom senso governar um pouco. Levantei-me, esqueci por um dia a necessidade de economizar em tudo a toda a hora e enchi a banheira. Precisava dum longo e temperador banho de imersão, que se revelaria milagroso.

Depois do almoço, uma salada rápida, agarrei-me ao trabalho. Desta vez consegui abstrair-me o suficiente do conteúdo e focar-me na forma. Não foi propriamente fácil ''apanhar'' o estilo por vezes confusamente embrenhado da Rosa, que para chegar dois metros ao lado de onde estava, levava o leitor a dar uma volta à Europa passando pela Ásia e visitando a Oceânia.

A minha primeira reação foi de cortar, mas tudo o que lá estava fazia falta -- mais cedo ou mais tarde. Resumindo e baralhando, a tarde lá se passou sem que eu me tivesse portado mal.

Quando o Nando chegou, e animado pela noite anterior, mostrou como estava desejoso de, o mais rapidamente me apanhar novamente na cama. Eu não lhe podia espetar novamente com a batida desculpa da dor de cabeça!