Fernanda Ch. 04

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Mas eu estava ficando excitada novamente, como ainda não tinha estado naquela noite. Dei um passo à frente e fiquei na calçada. Olhando para os dois lados, não consegui ver nenhum sinal de vida. Meu coração começou a bater mais rápido. A qualquer momento algum carro poderia virar a esquina mais próxima.

Eu só precisava dar um passo para trás e me esconder na garagem. Ali eu já me sentia em segurança. Os segundos foram se passando e nada estava acontecendo. Eu dei um passo para o lado e apoiei as minhas costas no portão. Assim eu precisaria de alguns instantes a mais para entrar na garagem.

Mais alguns segundos se passaram e nada acontecia. Eu comecei a empurrar o portão lentamente até que ele encostou no final do curso. Agora eu precisaria abrir o portão para poder entrar. Se algum carro viesse rápido, eu talvez não tivesse tempo de entrar em tempo de não ser vista. Minha vagina começou a escorrer de excitação. Passei o dedo entre os meus lábios vaginais coloquei na boca. Eu estava adorando fazer aquilo.

Desencostei do portão e lentamente fui me afastando dele até que pisei na rua. Meu coração batia cada vez mais forte. Olhei para os dois lados várias vezes tentando ver se via algum sinal de alguém, mesmo que estivesse longe. Não consegui ver nada. Logo eu estava no meio da rua e então na calçada do outro lado.

Eu estava na frente do portão do vizinho que eu vi chegar em casa duas vezes enquanto eu estava nua ali na frente. Eu sentia minha lubrificação escorrendo lentamente pelo interior da minha perna. Olhei para um lado e tudo continuava tranquilo até onde minha vista alcançava. Do outro lado também. Somente a caminhonete estacionada a duas casas de distância. De repente, ela já não parecia tão distante assim. Todas as casas naquela parte da rua tinham os portões da frente completamente fechados, com exceção da casa que eu morava e a casa que me separava da caminhonete.

Fui até a divisa das duas casas e espiei ali dentro. Estava tudo completamente escuro e em silêncio. Eu sabia tinha pessoas morando ali, apesar de nunca ter tido nenhum contato com elas. Talvez já estivessem dormindo, ou não estavam em casa.

Me deixando levar pela excitação eu atravessei rapidamente pela frente da casa e cheguei até a caminhonete. Então eu tinha uma proteção caso alguém passasse por ali. Olhei para o portão da minha casa, e tive a impressão de que ele estava tão longe...

Então, depois de muito tempo esperando, um carro virou a esquina e veio na minha direção. Eu me abaixei e fiquei observando ele passar. Ele nem notou que eu estava ali. Tão exposta e tão... invisível.

A caminhonete estava perto de uma árvore que impedia que a luz do poste a iluminasse. Isso aumentava ainda mais a proteção que ela me oferecia. Depois que aquele carro passou, não precisei esperar muito tempo e surgiu outro. Mais confiante e ousada, desta vez eu não me abaixei. Fiquei em pé ao lado da carroceria e desafiei o motorista a me ver. Eu estava somente com meus ombros visíveis acima da carroceria, nada demais. Quando ele passou, eu pude ver um casal dentro, mas nenhum deles percebeu que eu estava ali.

Eu estava ali me acariciando e provando o gosto do líquido que saia constantemente da minha vagina quando uma moto barulhenta veio correndo do final da rua. Eu me assustei e me abaixei. Era um entregador com aquela bolsa enorme nas costas. Ele passou por mim e parou em frente a uma casa na quadra ao lado. Eu consegui ver ele descendo da moto e se aproximar do portão.

Eu fiquei em pé novamente fui até mais perto da frente da caminhonete, onde eu estaria menos protegida, caso ele olhasse naquela direção. Ele tirou a mochila das costas e colocou no chão. Eu estava me sentindo muito excitada e confiante de que ele não conseguiria me ver de onde estava, pela distância e por eu estar na sombra. Fui até a frente da caminhonete e fiquei completamente exposta para ele. Não havia nada entre nós para me esconder.

Meu coração começou a acelerar novamente. Eu comecei a acariciar meus mamilos e meu clitóris. Enquanto isso, alguém saiu de dentro da casa, pegou um pacote com o motoqueiro, pagou e entrou novamente. Fiquei olhando entregador colocar a mochila nas costas e subir na moto. Então em instantes, ele ligou a moto e saiu, fazendo uma manobra rápida e acelerando em minha direção. Então eu não estava mais protegida pela escuridão. O farol da moto logo estaria me iluminando. Sem tempo de pensar, eu corri para a lateral da caminhonete e fiquei olhando por cima da carroceria enquanto o entregador passava por mim novamente. Só que ao passar na minha frente ele olhou na minha direção!

Eu não sei dizer o que ele conseguiu ver. Eu fiquei paralisada e sem reação. Quando eu finalmente me abaixei, ele já tinha passado por mim e estava se afastando, tão rápido e barulhento quanto quando se aproximou. Eu me apoiei de costas na caminhonete e só precisei tocar em meu clitóris para gozar. Foi intenso e minhas pernas ficaram tão trêmulas que eu precisei ficar apoiada ali por mais de um minuto. Tempo suficiente para passar outro carro. Eu só ouvi o barulho do motor. Não estava em condições de me levantar para ver quem era.

Assim que eu consegui me levantar, eu conferi se havia alguém à vista e sentindo que estava seguro, corria até o portão de casa e entrei o mais rápido que eu pude. Tranquei o portão com o cadeado e entrei na casa. Eu achava que a qualquer momento os meninos estariam chegando. Fui ver o horário, e para minha surpresa o relógio do micro-ondas indicava 22:13. Ainda faltava mais de uma hora para eles chegarem.

Ainda superexcitada, eu voltei para a frente da casa e olhei por entre as grades. Nenhum movimento visível. Abri o cadeado e coloquei-o junto com as chaves no chão mais uma vez. Abri o portão e espiei do lado de fora. À minha direita, a duas casas de distância, continuava a caminhonete estacionada. À minha esquerda, mais três casas e a esquina. As quadras onde eu moro são bastante compridas, em formato retangular. Eu moro na parte mais longa.

Do meu lado da rua ficam os postes de energia e iluminação. Do outro ficam as árvores. As mais próximas ficam uma à esquerda da minha casa e outra à direita, quase em frente.

Eu estava pronta para pisar na calçada quando ouvi um carro se aproximando. Logo o farol começou a iluminar a garagem. Ele estava vindo pela minha esquerda. Eu me encostei no muro, bem perto do portão e o carro passou por mim. Se ele olhasse para o lado, eu estaria completamente exposta. Nem mesmo a grade do portão estava entre nós. Ele seguiu pela rua e assim que ele chegou perto da metade da quadra eu pisei na calçada e fui caminhando lentamente até o outro lado da rua.

Se você me perguntar o que eu estava pensando naquele momento eu sinceramente não saberia te responder. Poucos dias antes, eu não tinha coragem de ficar nua nem mesmo dentro da casa. Agora eu estava atravessando a rua completamente nua, pela segunda vez na mesma noite, logo atrás de um carro que tinha acabado de passar por mim. Quem era essa garota?

Chegando na frente do portão do vizinho da frente, eu me virei e me forcei a continuar caminhando lentamente em direção à árvore à minha esquerda. Ela seria a minha única proteção caso surgisse alguém. E não seria uma proteção muito eficiente.

Cheguei até ela e fiquei ali olhando para todos os lados. Mais duas casas e a quadra terminaria. Fiquei olhando para esquina tentando ouvir algum som que indicasse a aproximação de algum carro. Estava silêncio total. Comecei a dar alguns passos indecisos e em instantes eu estava na frente da última casa da quadra. Mais alguns passos e a sombra da árvore já não me protegeria mais. Parei na parte onde a luz do poste iluminava o chão e senti algo escorrendo pela minha perna. Minha excitação estava nas alturas novamente.

Olhei para trás e para a esquina. Nenhum movimento e nenhum barulho. Dei mais alguns passos e cheguei no final da calçada. Dali eu teria que atravessar a rua ou virar a esquina. Eu estava tentando decidir o que fazer quando fui trazida de volta à realidade. Dois carros vindos pela rua à direita de onde eu estava se aproximavam rapidamente. Dei meia volta e corri até a árvore logo atrás de mim. O primeiro carro passou direto e desapareceu. O outro que vinha logo atrás virou na rua que eu estava, mas felizmente na direção oposta, se afastando de onde eu estava escondida. Foi por pouco.

Decidi que era melhor voltar para a casa antes que eu acabasse fazendo algo ainda mais louco e que eu pudesse me arrepender amargamente mais tarde. Atravessei a rua na diagonal indo direto para o portão de casa. Fechei, coloquei o cadeado e entrei na casa. O relógio do micro-ondas marcava 22:46. Eu ainda tinha algum tempo de espera. Decidi tomar um banho, pois estava bem suada depois de toda aquela excitação.

Depois de mais um orgasmo embaixo do chuveiro, eu me lembrei que a minha toalha estava no meu quarto. Eu não tinha nem mesmo como se secar. Passei as mãos pelo meu corpo tentando retirar o máximo de água possível e quando meu corpo parou de pingar excessivamente, eu saí do banheiro e fui até o corredor ao lado da cozinha. Ali eu pude esperar meu corpo secar naturalmente. Em poucos minutos os meninos deveriam chegar em casa.

Quando o relógio do micro-ondas estava marcando 23:20 eu apaguei as luzes da casa e fiquei esperando atrás da porta de vidro da garagem. Assim que eu percebi movimentos e ouvi o barulho do portão se abrindo, eu fui rapidamente para o fundo do quintal e me escondi atrás da parede. Eu só precisava esperar alguns minutos até os meninos irem dormir e o Miguel me devolver a minha chave.

Passaram-se alguns minutos e eu continuava ouvindo os meninos conversando na cozinha. Até aí nada de anormal. Isso não era nada incomum. O que eu não esperava era ouvir o Miguel chamar o Júlio para ir com ele até a área de serviço. Eu ouvi a porta da cozinha sendo aberta e a voz do Miguel conversando com Júlio enquanto eles vinham na minha direção. Eu precisava me esconder, então eu fui na direção do quartinho, como da última vez. Só que o Miguel tinha aprontado comigo. Ele tinha trancado a porta do quartinho.

Eu comecei a entrar em pânico, pois eu tinha confiado nele e ele estava me traindo. Olhei ao redor, mas não tinha nenhum lugar para eu me esconder. A minha única opção seria ficar atrás da parede do outro corredor que dava acesso à janela do banheiro e do quarto do Marcelo. Ali não tinha nada para eu me esconder atrás. Minha única esperança era que eles não chegassem até ali.

As vozes continuaram a se aproximar e eu percebi que eles estavam perto da porta do quartinho. O Miguel estava explicando para o Júlio que alguém tinha trancado a porta e ele não estava conseguindo abrir. E como ali era escuro, pois a luz da lavanderia não ilumina a porta do quartinho, ele queria que o Júlio ficasse segurando a lanterna do celular enquanto ele tentava abrir. Eu não sei que poderia ser tão importante para ele pegar no quartinho naquele horário. Então eu entendi que ele só queria uma desculpara para atrair o Júlio até lá e me deixar numa situação delicada. Ele tinha planejado isso desde o começo.

Eu percebi que ele estava enrolando e desviando a conversa para segurar o Júlio ali por mais tempo. Ele finalmente conseguiu abrir a porta, mas mesmo pegando o que ele dizia estar precisando, continuou segurando o Júlio ali, falando sobre uma garota que ele estava paquerando na faculdade. Para mim, estava claro que ele estava somente enrolando o Júlio.

Ele sabia que o único lugar que eu poderia estar escondida era no corredor do lado da casa. Ele se aproximou do canto da casa e se encostou na parede de costas para mim. De onde eu estava eu conseguia ver as costas dele. Se ele desse mais um passo para trás ele poderia me ver e eu não teria onde me esconder.

Depois de alguns instantes ele colocou a mão no bolso de trás da calça e tirou um papel de dentro. Sem deixar o Júlio ver o que ele estava fazendo, ele balançou o papel para que u visse e ficou segurando-o esperando que eu fosse pegar. Eu já estava em uma situação bastante delicada no fundo do corredor. Se eu me aproximasse ainda mais do canto da casa, as chances de o Júlio perceber que eu estava ali seriam ainda maiores.

Mas o Miguel não soltava o papel. Eu fiquei esperando que ele desistisse e o deixasse cair no chão, mas ele colocou o papel de volta no bolso, deixando metade para fora e aparentemente cruzou os braços. Ele continuou falando sobre a garota da faculdade, mas estava claro que logo o Júlio se cansaria do assunto e voltaria para dentro. Se eles fossem embora, eu perderia a chance de pegar o papel que o Miguel queria me entregar, e aparentemente isso era importante.

Eu fui lentamente, tentando não fazer nenhum barulho até conseguir esticar o braço e pegar o papel do bolso do Miguel. Assim que eu consegui, o Miguel desencostou da parede e os dois voltaram para dentro da casa.

Esperei alguns instantes até não conseguir mais ouvir os dois conversando e procurei um lugar com luz suficiente para ler o que estava no papel. Eu não poderia acender a luz da lavanderia, pois isso iria denunciar a minha presença. No corredor que ia até a cozinha, a iluminação estava um pouco melhor e foi suficiente para eu ler o bilhete.

-Olá. A noite foi divertida? Espero que sim. Imagino que você deva ter ficado brava comigo por eu ter trancado o quartinho. Eu sabia que você ia achar um jeito de se esconder. De qualquer forma, espero que você tenha achado a experiência excitante. Boa noite. Ah.... Quase estava me esquecendo. Eu deixei a sua chave na mesinha do meu quarto. Passa lá depois para pegar. Eu prometo não olhar.

Como assim, passar para pegar? Não era esse o combinado. Ele esperava que eu entrasse no quarto dele à noite, completamente nua? Ele estava mudando totalmente o nosso combinado. Eu nunca tinha concordado com aquilo. Eu nunca esperei que ele fizesse isso comigo. Só de pensar nisso eu ficava.... excitada?

A luz da cozinha ainda estava acesa. Isso era sinal de que alguém ainda estava acordado. E eu não tinha ideia de quem poderia ser. Voltei até o fundo do quintal, caso quem quer que fosse decidisse ir até o corredor e esperei. Depois um longo tempo, que pode ter sido somente uns dois minutos, mas que no nervosismo e no escuro eu perdi a noção do tempo, a luz da cozinha se apagou.

Eu fui em silêncio até a porta e fiquei tentado ouvir o que estava acontecendo. Eu já ia entrar quando percebi que alguém estava saindo do banheiro. Não dava para ver quem era pelo vidro da porta, mas dava pra ver a luz do banheiro pela porta aberta. Então a luz se apagou e logo em seguida ouvi uma porta sendo fechada. Então, silêncio e total escuridão dentro da casa, a não ser a luz fraca que vinha da rua e entrava pelas janelas da sala e da cozinha.

Achei arriscado tentar entrar imediatamente, pois os meninos ainda deveriam estar acordados e poderiam me ouvir e, quem sabe, saírem do quarto. Esperei um bom tempo até que resolvi arriscar. Abri a porta da cozinha com muito cuidado e entrei. Tranquei a porta atrás de mim e fui na ponta dos pés até a sala. Fiquei tentando ouvir se algum dos meninos estava acordado, mas estava tudo em silêncio. Eu sentia a minha vagina escorrendo mais uma vez. Passei a mão e ela estava encharcada. Levei os dedos até a minha boca e provei mais uma vez meu próprio sabor.

Todas as portas estavam fechadas, inclusive a do Miguel. Eu sabia que ele estava esperando que eu entrasse, então eu me aproximei e abri a porta com cuidado para não fazer barulho. Entrei e fechei a porta atrás de mim. Caso algum dos outros meninos resolvesse sair do quarto novamente naquele momento, eu não queria ter que explicar porque eu estava nua dentro do quarto do Miguel.

Eu nunca tinha entrado ali. Fiquei alguns segundos tentando localizar a chave, mas no escuro estava difícil. Aos poucos, minha visão foi se adaptando e eu vi a mesinha que ele tinha mencionado. Fui até ela e tateei até sentir a chave. Confirmei que era ela mesma e fui em direção da porta. Olhei para trás e o Miguel estava deitado na cama, somente de short sem camisa, de costas para mim.

Como prometido, ele não estava olhando. Percebi que ele não estava tentando se aproveitar de mim. Ele só estava tornando as coisas mais difíceis, como ele sabia que eu gostava. Antes de abrir a porta eu decidi dar um beijo de boa noite no rosto dele. Me aproximei da cama dele, mas mudei de ideia. Ao invés de um beijo no rosto, eu me deitei na cama às costas dele e o abracei por trás, pressionando meus seios às costas dele. A sensação era deliciosa. Coloquei minha boca perto do ouvido dele e disse:

-Obrigada. Eu adorei a experiência. Eu só queria que você soubesse disso.

-Que bom que você gostou. Fiquei um pouco preocupado de eu não tinha exagerado quanto eu levei o Júlio lá no fundo.

-Eu fiquei com medo, mas foi interessante.

-Quando você quiser minha ajuda de novo, é só pedir.

-Obrigada. Eu vou.... Posso ficar aqui só um pouquinho?

-Claro.

Eu o apertei um pouco mais, sentindo meu corpo todo tocando o dele. Fiquei imaginando como seria fazer amor com alguém. Senti quando ele colocou a mão na minha perna e acariciou a minha coxa. Eu senti meu corpo estremecer. Ficamos assim por algum tempo e eu fui relaxando.

Acordei com vontade de ir ao banheiro e demorei um pouco para entender onde eu estava. Então eu me lembrei e me dei conta de que ainda estávamos abraçados. Ele continuava com a mão na mina perna e eu continuava com meus seios pressionados às costas dele. Me levantei lentamente e ele se ajeitou na cama. Fiquei alguns instantes observando ele dormir e saí do quarto. Eu precisara usar o banheiro urgentemente.

Assim que eu terminei no banheiro e lavei as minhas mãos, eu apaguei a luz e saí do banheiro em silêncio. Quando eu parei na frente da porta do meu quarto eu me lembrei da chave. Em algum momento eu devo ter deixado ela cair da minha mão. Provavelmente enquanto eu estava na cama com o Miguel. Eu estava com ela em minha mão quando me deitei com ele, mas não me lembrava de estar com ela quando saí do quarto. Eu precisaria voltar até lá e procurar por ela. Quando eu cheguei na porta do quarto dele, notei uma luz por baixo da porta do Marcelo. Entrei rapidamente no quarto do Miguel e fechei a porta atrás de mim. Logo em seguida, eu ouvi a porta do Marcelo sendo aberta e em seguida a porta do banheiro sendo fechada. Mais uma vez, foi por pouco.

Depois de ter ficado algum tempo no banheiro com a luz acesa, eu precisei ficar algum tempo até os meus olhos se adaptarem novamente à falta de luz. Eu me ajoelhei ao lado da cama e fiquei passando as mãos pelo chão tentando encontrar as chaves. Se elas não estivessem no chão ao lado da cama, só poderiam estar sobre ela, talvez embaixo do Miguel.

Comecei a passar as mãos pela cama atrás do Miguel e fui me aproximando do corpo dele, mas não encontrava nada. Eu me lembrava que estava com a chave na mão direita. E eu tinha passado este braço por cima do Miguei quando eu o abracei. Talvez eu tivesse deixado ela cair na frente dele.

Me levantei e passei o braço por cima dele novamente e comecei a procurar pela chave na cama na frente dele. Ele, aparentemente ainda dormindo, segurou minha mão e a puxou em direção ao peito dele, como ela estava quanto estávamos abraçados. Eu sabia que não seria fácil encontrar a chave sem a ajuda do Miguel ou sem acender a luz do quarto. Então eu fiz a única coisa que eu podia fazer naquela situação.

Me deitei novamente atrás dele e o abracei mais uma vez.

Acordei com o Miguel se mexendo e percebi que o dia já tinha amanhecido. Então ele se virou de frente para mim e ficou me olhando nos olhos. Depois de alguns instantes ele disse:

-Bom dia.... Resolveu ficar aqui?

-Eu deixei a chave cair quando eu te abracei e não consegui mais encontrar. Não quis te acordar....

-Que bom. Eu gostei da surpresa. Gostei quando você me abraçou ontem à noite. E gostei de acordar sentindo você me abraçando.